Minas Gerais abriga um dos mais espetaculares museu de arte contemporânea do mundo: O Instituto Inhotim. O Instituto é um complexo que abriga uma série de pavilhões e galerias de obras de arte e esculturas a céu aberto. Conhecer Inhotim é conhecer uma mistura de parque, jardim botânico e museu. Uma experiência única!
Em uma área de 140 hectares, o museu reúne mais de 100 obras de renomados artistas nacionais e internacionais. Elas são distribuídas pelos seus jardins, que, por abrigar diversas espécies da fauna e da flora, são também parte do conjunto em exposição. Arte, flores, árvores e lagos se juntam e desenham os caminhos dos visitantes.
Inhotim se revela uma grande experiência sensorial para que o visita, pois muitas de suas obras te convidam a deixar de ser apenas um espectador . Elas te instigam a olhar, ouvir, sentir e interagir. Por exemplo, para interagir com algumas obras é possível nadar em algumas piscinas, caminhar sobre um chão de vidro estilhaçado e atravessar labirintos de espelho.
Além de conhecer suas obras de arte, muitas delas articuladas com a arquitetura, transitar em meio a sua natureza e apreciar o lindo paisagismo são atividades indispensáveis para se conhecer a beleza do local.
“Dá pra conhecer Inhotim em um dia?”
Devido a sua extensão e a quantidade de instalações, muitas pessoas se fazem essa pergunta. Bom, o ideal para se conhecer todas as obras é dedicar dois dias ao passeio. Apesar disso, muitos visitantes que já passaram pelo museu garantem que em um dia dá pra apreciar muitas instalações e aproveitar bastante. Eu também garanto que dá.
Então, se você estiver com o tempo um pouco curto para visitar Inhotim, não se preocupe! Preparei um mini guia de obras imperdíveis que vai te ajudar a organizar sua visita e aproveitar ao máximo. Confira!
Por dentro de Inhotim
O Instituto Inhotim é dividido em três rotas: a laranja, a rosa e a amarela. Na entrada do museu estão disponíveis mapas que ajudam você a localizar as obras e as instalações. Mas, se você já tiver em mente as obras que deseja visitar, ter o mapa em mãos antes pode te auxiliar a montar seu roteiro de visita. Você pode baixar o mapa clicando aqui!
Mas, se você ainda não definiu quais obras visitar entre tantas opções, trago alguns destaques que valem a pena conhecer em um dia de visita! Sugiro percorrer a rota amarela e a laranja pela manhã, fazendo uma parada para o almoço no restaurante Oiticica. E, na parte da tarde, seguir para a rota rosa.
O restaurante Oiticica, entre as opções de alimentação em Inhotim, tem um ótimo custo benefício para quem quer uma boa comida a um preço acessível.
Nessa ordem cronológica de roteiro, destaco as seguintes obras:
True Rouge, de Tunga Uma poesia algébrica inspirou o artista brasileiro Tunga ao criar True Rouge. Esta obra foi a primeira do museu. Mesmo antes da abertura do Instituto, ela já pertencia à coleção de Bernado Paz, criador de Inhotim que viria a se tornar referência internacional na rota da Arte Contemporânea.
Sonic Pavilion, de Doug Aitken Uma construção de vidro e concreto que emite o “som da Terra”. A instalação apresenta um buraco de 202 metros de profundidade onde microfones de cristal registram o som o subsolo. O som emitido nas paredes de vidro proporciona uma sensação de viagem ao centro da terra.
De Lama Lâmina, de Mathew Barney Narrativa mitológica onde o candomblé baiano é uma fonte de referência. O artista americano representa o conflito de Ogum e Ossanha. A tecnologia x a força da natureza. A obra é desdobramento de um projeto realizado em parceria com o músico Art Lindsay durante o carnaval de Salvador de 2004.
Calecanto Provoca Maremoto, de Adriana Varejão Nesta obra, Varejão, que já foi casada com Bernardo Paz, articula escultura, pintura e arquitetura, revisitando elementos do barroco português. Uma junção de arquitetura e arte que promove um novo olhar sobre as artes plásticas. E daí, a paixão do mineiro Bernardo também pela arquitetura!
Bean Drop, de Chris Burden Recriação da grande instalação que o artista americano fez no Artpark de Nova York em 1984. Uma arte escultural em que a queda do metal no concreto cria um arranjo abstrato. Arranjo denominado pelo artista como a representação do seu corpo caindo contra a terra.
Viewing Machine, de Olafur Eliasson Um convite ao visitante para manusear uma “máquina de ver” e redescobrir a paisagem do museu através de sobreposições de reflexos. Uma escultura de prazer lúdico e impressões caleidoscópicas.
Folly, de Valeska Soares A artista mineira nos faz dançar ao som de “The look of love” em um clima nostálgico e romântico. A música aparece no filme “Cassino Royale” e evoca um glamour que nos remete aos tempos de ouro do antigo cassino do Complexo da Pampulha!
Magic Square, de Hélio Oiticica Um mergulho na magia das cores e das formas diante dos seus olhos! Uma edificação ao ar livre que o artista não chegou a realizar em vida. As instruções para a sua realização foram deixadas por Oiticica em anotações, plantas, maquetes e amostras.
Narcissus Garden, de Yayoi Kusama A obra reúne 500 esferas de aço que flutuam sobre um espelho de água criando formas que se diluem ou se condessam de acordo com o vento. Evocando a lenda de Narciso, a obra constrói um enorme espelho que reflete a luz do sol, a paisagem e as pessoas que as admiram, distorcendo-os e fragmentando-os.
Ttéia IC, de Lygia Pape Lygia Pape é pioneira da Arte Contemporânea no Brasil junto com Oiticica e outros artistas. E, nesta obra, a artista cria uma cidade teia inspirada na sua relação com a cidade do Rio de Janeiro. Uma magistral articulação de arte e arquitetura.
Vai com crianças?
Se você for fazer o passeio acompanhado de crianças, sugiro três obras que podem proporcionar experiências divertidas e curiosas para os pequenos visitantes.
Na rota laranja, leve as crianças na Cosmococa. A obra de Helio Oiticica é composta por espumas geométricas, redes, colchões, balões coloridos e ainda tem uma piscina! Tudo bem divertido para encantar os pequenos! Não se esqueça de levar roupa de banho para poder aproveitar um mergulho.
Ainda nesta rota, visite A origem da Obra de Arte, de Marilá Dardot. Essa obra tem tudo entreter as crianças. O trabalho da artista apresenta vários vasos de cerâmica em forma de letras dispostas pela grama. Ajude as crianças a plantar sementes nesses recipientes e montar diversas palavras.
Já na rota amarela, conte com a obra Desvio para o vermelho, de Cildo Meireles, para instigar a curiosidade das crianças. Um espaço sensorial composto por móveis, obras de arte e objetos corriqueiros do dia a dia todos na cor vermelha. Um lugar diferente que parece ter saído de um desenho animado. Ao visitar a obra viajamos para outro mundo, assim como Alice no País das Maravilhas, despertando o encantamento dos pequenos visitantes.
Realizando os trajetos
Os trajetos podem ser feitos a pé ou com o auxílio de carrinhos elétricos que realizam os trechos mais longos. Para quem está com pouco tempo para visitar o museu, optar pelo carrinho facilita bastante e otimiza o passeio. O aluguel do carrinho tem custo de R$ 28 por pessoa/dia
Para aproveitar melhor seu passeio por Inhotim você pode contar comigo pois eu posso te ajudar com as rotas e locomoções e montar para você roteiros de visitação de acordo com o seu interesse, lhe apresentar as obras, as histórias e as curiosidades escondidas por trás delas, bem como te ajudar com dicas de alimentação pelo museu e de hospedagem.
Ótima ideia, né?
Informações Gerais
Como chegar:
Inhotim está localizado a 60 km de Belo Horizonte, na cidade de Brumadinho. Para chegar ao museu, é possível ir de ônibus interurbano, de carro ou táxi/ Uber.
Ônibus – Empresa Saritur Saída da Rodoviária de BH Plataforma F2 – Belo Horizonte (MG) Terça a sexta. Saída às 8h15 e retorno às 16h30 Sábados, domingos e feriados. Saída às 8h15 e retorno às 17h30 Valores: Belo Horizonte/ Inhotim – R$33,05* Inhotim/ Belo Horizonte – R$32,50*
Carro
O percurso de carro a partir de Belo Horizonte tem duração média de 1h15. Já a partir do Aeroporto de Confins o trajeto é mais longo, com 96 km de distância e viagem estimada entre 1h30 e 2h. Para os visitantes que saem de Ouro Preto, a duração da viagem é de aproximadamente 2h. Inhotim conta com um grande estacionamento e não será problema ir de carro até lá.
Dias e horários de funcionamento:
Terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30; Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Fechado às segundas-feiras.
Valores de entrada:
Terça, quinta, sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 40,00 (inteira)* Quartas-feiras (exceto feriado): entrada gratuita
* A partir do dia 5/09/2017 o valor do ingresso será de R$ 44,00 (inteira)
A meia entrada é válida para idosos acima de 60 anos, crianças de 5 a 12 anos, e estudantes e professores com comprovante. Para crianças até cinco anos a entrada é gratuita.
Para evitar filas ao chegar ao museu, você pode comprar antecipadamente sua entrada pelo site oficial do Inhotim.
Se você já visitou Inhotim e quer compartilhar sua experiência, ou se você estiver com alguma dúvida, deixe seu comentário aqui no post!
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